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OMS recomenda uso do lenacapavir duas vezes ao ano para prevenir o HIV

Em 2023, foram registradas 1,3 milhão de novas infecções em todo o mundo
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar, nesta segunda-feira (14), o uso do lenacapavir como método de prevenção do HIV. O medicamento, de aplicação injetável e semestral, é uma nova opção de profilaxia pré-exposição (PrEP) — alternativa de longa duração às tradicionais pílulas orais.

A recomendação tem como base estudos clínicos realizados ao longo de 2024, que envolveram 3.265 participantes de diferentes gêneros. Apenas dois voluntários que utilizaram o lenacapavir contraíram o vírus, o que evidencia a alta eficácia da medicação.

Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID)Célula infectada por partículas do vírus HIV, anexas à superfície
Célula infectada por partículas do vírus HIV, anexas à superfície

“Embora ainda não tenhamos uma vacina contra o HIV, o lenacapavir é, atualmente, a melhor alternativa: um antirretroviral de longa ação que, em testes clínicos, impediu quase todas as infecções entre pessoas em risco”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A nova diretriz surge em um momento considerado crítico pela organização, já que os esforços globais de prevenção contra o HIV estão estagnados. Em 2023, foram registradas 1,3 milhão de novas infecções em todo o mundo.

Além do uso do lenacapavir, a OMS também passou a recomendar o uso de testes rápidos para diagnóstico do HIV, substituindo métodos mais caros e complexos e ampliando o acesso à testagem.

Eficácia comprovada

Os dados que embasam a nova recomendação foram apresentados na 25ª Conferência Internacional sobre a Aids, realizada em Munique, na Alemanha, em 2024, e publicados no New England Journal of Medicine (NEJM). Segundo a farmacêutica Gilead Sciences, responsável pelo desenvolvimento do lenacapavir, o medicamento apresentou eficácia de 100% na prevenção do HIV-1 — tipo responsável pela grande maioria das infecções no mundo.

O estudo envolveu mais de 2 mil mulheres cisgênero na Uganda e na África do Sul. Diante dos resultados expressivos, o ensaio clínico foi interrompido antes do previsto, por ter atingido os critérios de eficácia estabelecidos.

Diante desse cenário, o Unaids — programa conjunto da ONU sobre HIV/Aids — também emitiu um comunicado destacando o potencial do lenacapavir para acelerar o combate à epidemia. A organização acredita que o medicamento pode ser decisivo para alcançar a meta de eliminar a Aids como ameaça à saúde pública até 2030, conforme previsto na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

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