Felipe Neto será candidato em 2026 ou é apenas estratégia de marketing?
Internautas apontaram que o discurso de Neto traz referências ao livro 1984, de George OrwellO anúncio da pré-candidatura de Felipe Neto à Presidência da República pegou muita gente de surpresa na noite desta quinta-feira (03/04). O influenciador, que havia se afastado dos debates políticos desde o início do ano, despertou dúvidas entre seus seguidores, que questionaram a veracidade da declaração. (Veja o vídeo no final da matéria).

Seria uma jogada de marketing?
Nos comentários da publicação, internautas apontaram que o discurso de Neto traz referências ao livro 1984, de George Orwell, obra clássica sobre controle governamental e manipulação da verdade. Além disso, o influenciador mantém o Clube do Livro Felipe Neto, onde realiza encontros virtuais para debater literatura. Muitos acreditam que o vídeo seja, na verdade, uma estratégia de marketing para divulgar o próximo título da plataforma.

As suspeitas aumentaram após Felipe mencionar a criação de uma rede social chamada Nova Fala, que, segundo ele, poderia se tornar um ministério em seu governo: o Ministério da Verdade. Ambos os termos remetem diretamente ao universo de 1984, onde o idioma oficial do regime autoritário é a "novafala", e o Ministério da Verdade é responsável por reescrever a história conforme os interesses do governo.
Análise de cientista
Diante da repercussão, o cientista político Adriano Cerqueira analisou o contexto do anúncio a pedido do jornal O Tempo. Para ele, a movimentação do influenciador parece mais uma estratégia de autopromoção do que um projeto político concreto.
"Felipe Neto, nos últimos anos, colou sua imagem à do presidente Lula e se posicionou contra Bolsonaro. O problema é que, hoje, o governo Lula enfrenta impopularidade, enquanto Bolsonaro se fortaleceu. Então, ele pode estar tentando se reinventar, gerar engajamento e promover um novo projeto com esse anúncio bombástico", avalia Cerqueira.
O especialista reforça que Neto já havia declarado que não falaria mais sobre política e que, sem apoio partidário ou alianças, sua candidatura teria dificuldades de prosperar. "Na direita, ele não tem espaço, e na esquerda precisaria disputar um público que não é tão ligado a influenciadores. Para ser uma candidatura séria, precisaria de respaldo político e um anúncio mais estruturado, não apenas um vídeo isolado", conclui.
Veja o vídeo: