Polícia Civil divulga áudios de esquema de fraudes com planos de saúde no Piauí
As gravações expõem diálogos que falam sobre a obtenção de dados pessoais e estratégiasA Polícia Civil do Piauí revelou nesta semana áudios que mostram a atuação de criminosos envolvidos em um esquema de golpes aplicados contra beneficiários de um plano de saúde. Estima-se que pelo menos 200 pessoas tenham sido enganadas em todo o país, sendo 40 delas no Piauí.

As gravações, divulgadas no âmbito da Operação Indébito, expõem diálogos entre os suspeitos, que falam sobre a obtenção de dados pessoais e estratégias para não levantar suspeitas.
Em um dos áudios, um investigado comenta:
“Aquela consulta lá que sai os dados sem ser do contrato, tipo nome e CPF. Que você joga a placa do veículo e diz qual é nós tem, mas não serve. O mais importante é o contrato. Quantos faltam. Que quando chamavam a gente já mandava os contratos e já era.”
Outro trecho mostra a orientação para agir de forma discreta diante das vítimas:
“Aqui é o seguinte. A gente só bloqueia e já era, nem fala nada para não descobrir que é fraude. Nem fala nada.”
Prisões e bloqueio de contas
A operação resultou no cumprimento de 80 mandados judiciais, incluindo prisões temporárias e buscas. Ao todo, 13 pessoas foram presas nos estados da Bahia, Paraíba e São Paulo. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de 43 contas bancárias ligadas ao grupo criminoso.
Segundo o delegado Humberto Mácola, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), o prejuízo causado às vítimas pode ultrapassar R$ 500 mil.
Estrutura do golpe
As investigações apontam que os criminosos criavam sites falsos semelhantes aos de empresas de saúde e de financiamento de veículos. Para dar credibilidade, os endereços eram impulsionados no Google Ads, aparecendo como anúncios patrocinados.
Quem buscava serviços como segunda via de boletos acabava acessando as páginas fraudulentas e era direcionado para um falso atendimento via WhatsApp. Lá, recebia um boleto adulterado e acreditava estar quitando uma dívida. O valor, no entanto, era desviado para contas de “laranjas” e transferido rapidamente para outros bancos.