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Coluna com o economista e advogado Valmir Falcão, que vai abordar temas que envolvem o mercado financeiro do Piauí, do Brasil e do Mundo.

Alimentos mais caros: 8 em cada 10 brasileiros sentem alta nos supermercados

Dólar alto e exportação elevam preços de produtos básicos, como o arroz e a soja
Conecta Economia

Uma notícia ficou na mídia nacional nos últimos dias - A Inflação de alimentos. O consumidor está percebendo: os preços dos alimentos no mercado estão subindo. Todas as pesquisas mostram que 8 a cada 10 brasileiros já notam a elevação dos preços nas gondolas dos supermercados. E a percepção é praticamente semelhante entre todas as classes sociais. Nas faixas de renda mais baixas, a comida chega a 29% de todo o ganho mensal das famílias. Isso é preocupante.

Foto: ReproduçãoAlimentos mais caros: 8 em cada 10 brasileiros sentem alta nos supermercados
Alimentos mais caros: 8 em cada 10 brasileiros sentem alta nos supermercados

É verdadeiro afirmar que a pandemia desorganizou algumas cadeias produtivas, limitando  escoamento da produção e fez com que o aumento do consumo dentro de casa pressionasse os preços., onde a inflacao de alimentos respondeu por uma parcela importante da inflação daquele ano em 2020 e 2021.  

A politica econômica do governo tem a sua parcela de culpa, pois a alta da inflação é a  decorrência da maior disponibilidade de dinheiro. O segundo fator é a alta do dólar, que faz com que seja mais interessante para os produtores exportarem suas commodities a venderem no país. Por isso, produtos como soja e arroz acabam tendo sua oferta diminuída.

Dentre os produtos que sofreram uma alta nos últimos tempos estão o ovo, o café e o azeite — produtos muito utilizados nas cozinhas brasileiras. 

O que gera aumento de preços? Safra ruim, mudanças climáticas e alta do dólar são alguns dos motivos que fazem com que esses produtos tenham preços mais elevados. Tais como: sensibilidade acentuada de alguns produtos às mudanças climáticas, presença de sazonalidade, elevada volatilidade da taxa de variação dos preços e outros. 

Explicando o preço de alguns produtos que houve variação de preços, o ovo, por exemplo, é o mais alto em 22 meses. O levantamento do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostra que o preço da caixa com 30 dúzias saltou 61% no período, de R$ 134 para R$ 227. O clima quente, o preço do milho e a proximidade da Quaresma aparecem entre os fatores que contribuíram para a elevação. De acordo com as associações do setor, o forte calor reduz a produção de ovos, ou seja, as altas temperaturas registradas no início do ano afetaram a produtividade das aves, impactando diretamente a oferta e os custos de produção. O milho também ficou mais caro e isso impacta na alimentação das galinhas. A alimentação delas é à base de soja, que fornece proteína, e milho, o carboidrato responsável por dar energia às aves. A elevação dos custos resulta no repasse para o consumidor final.

Já o café, outro produto que aumentou o preço, o valor das sacas de 60 kg atinge patamar recorde. Dados atualizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostram que cada saca dos cafés arábica e robusta negociados por, respectivamente, US$ 462,17 (R$ 2.666,28) e US$ 359,63 (R$ 2.074,71) no começo do mês. Ambas variedades figuram no maior valor da série do instituto. A Inflação do café ocorre em meio a problemas no campo. O cenário climático adverso, marcado por seca, geadas, chuvas e um El Niño rigoroso, prejudicou as últimas lavouras, como o consumo global não caiu, houve uma menor oferta e, consequentemente, redução de estoques. O que explica a lei clássica da oferta e da procura: se você tem pouca oferta, os preços sobem.

Em pesquisa de consultoria, afirmam que os brasileiros usam estratégias para driblar a inflação na escalada de alimentos, com a experiência adquirida durante a época da hiperinflação e o acesso facilitado à informação pela internet, que permite a rápida circulação de promoções, os consumidores estão adotando uma abordagem mais racional nas compras para enfrentar o atual surto inflacionário. Eles têm combinado várias estratégias para conseguir levar para casa os alimentos básicos. Afinal, hoje é difícil identificar no consumidor um comportamento único, com consumidores que optavam por fazer compras nos atacarejos, outros que escolhiam marcas mais baratas e tinha aqueles que davam preferência para embalagens menores.

Agora todas essas ferramentas estão sendo usadas simultaneamente. O mesmo consumidor, por exemplo, compra embalagens grandes para determinados itens e menores para outros, o que pesa na hora da compra é a relação custo/benefício. A estratégia é comprar aos poucos, aproveitando as promoções. Já a indústria aposta no redimensionamento das embalagens, acreditando na redução do impacto do repasse da alta de custos para os preços e garantir a venda por conta do desembolso menor, além de atender a demanda das famílias que diminuíram de tamanho.

E o que fazer para combater a inflação de alimentos? A primeira providência é fazer planos safras cada vez mais robustos, maiores e melhores. O aumento das taxas de juros, a ampliação da estrutura produtiva e a redução dos gastos públicos são algumas das medidas utilizadas para conter a inflação. 

A inflação gera incertezas na economia, desestimulando o investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico. Os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia.

Outra medida para controlar a inflação  é  reduzir a necessidade de se financiar com emissão de moeda, controlando, portanto, a demanda agregada de cima. Para isso, o governo precisa  ajustar suas finanças, cortando gastos e/ou aumentando impostos, num processo permanente. Este último, o aumento de imposto, a população não suporta, afinal, a nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo.

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