Agosto Lilás é lançado com foco na educação e prevenção ao feminicídio no Piauí
Secretarias das Mulheres e da Educação se unem por respeito e igualdade nas escolas do estadoA Secretaria das Mulheres (Sempi) lançou oficialmente, nesta quinta-feira (7), a Campanha Agosto Lilás 2025, em alusão aos 19 anos da Lei Maria da Penha. O evento aconteceu no Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Júlia Nunes, no bairro Itararé, zona Sudeste de Teresina, e marcou o início de um mês dedicado ao enfrentamento à violência contra meninas e mulheres, com foco especial na educação como ferramenta de prevenção.

Neste ano, a campanha tem como tema central o papel da educação na prevenção do feminicídio, e articula ações entre diferentes setores do governo. Para o secretário de Educação, Washington Bandeira, o envolvimento das escolas é essencial para mudar a realidade social.
“Tudo começa pela educação. E nossos jovens, sobretudo os homens, precisam ter essa consciência do respeito às mulheres, de que elas podem ocupar todos os espaços que quiserem. Os jovens costumam ser agentes disseminadores de boas orientações dentro de casa e nas suas comunidades”, destacou Bandeira, ressaltando a importância da formação docente para trabalhar o tema de forma transversal em todas as disciplinas.

A secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa, também reforçou a importância do ambiente escolar como espaço estratégico na desconstrução do machismo e na promoção da igualdade.
“É dentro da educação que a gente trabalha a igualdade entre meninos e meninas, as relações de poder e, acima de tudo, o respeito. Esse respeito é importante para que a gente avance nesse enfrentamento, para formar novos cidadãos e cidadãs que valorizem e respeitem as mulheres”, afirmou.

A programação do Agosto Lilás inclui ações em escolas, instituições públicas, comunidades e municípios parceiros, com rodas de conversa, palestras e atendimentos itinerantes por meio do Ônibus Lilás, que leva orientação e acolhimento a mulheres em zonas rurais. Segundo Zenaide Lustosa, 80% das vítimas de feminicídio no estado nunca haviam procurado a rede de apoio, a maioria, mulheres negras e pardas que morreram dentro de casa.
“É por isso que dizemos que a violência contra a mulher é uma pandemia. Precisamos nos unir para enfrentar esse problema. Por isso, o envolvimento de toda a sociedade é fundamental”, reforçou.
A Patrulha Maria da Penha, que atua diretamente no atendimento a mulheres em situação de risco, também intensifica suas ações durante a campanha. A comandante Major Leoneide Rocha explicou que o trabalho da patrulha é constante, mas no mês de agosto há um reforço nas fiscalizações e ações educativas.
“Hoje, temos 770 mulheres assistidas apenas em Teresina. Trabalhamos fiscalizando medidas protetivas, apoiando os oficiais de justiça e realizando ações de conscientização. Mas para que possamos atuar, é essencial que a denúncia seja feita”, afirmou.

Durante o evento, foi divulgado o canal de atendimento "Ei, Mermã, Não se Cale!", disponível 24 horas por meio do número 0800 000 1673, além do tradicional 190 para casos de emergência. A campanha segue ao longo de todo o mês de agosto com o objetivo de promover informação, fortalecer a rede de proteção e garantir às mulheres do Piauí o direito a uma vida sem violência.