Falta de estacionamentos desafia mobilidade urbana em Floriano, no Sul do Piauí
A cidade vê seu sistema viário pressionado por um fluxo constante de veículos além da capacidadeFloriano, com cerca de 67 mil habitantes e localizada na divisa entre o Piauí e o Maranhão, enfrenta um problema crescente de mobilidade urbana: a escassez de vagas para estacionamento. A cidade, que é polo regional e atrai diariamente moradores de municípios vizinhos, incluindo a cidade maranhense de Barão de Grajaú (com aproximadamente 20 mil habitantes), vê seu sistema viário pressionado por um fluxo constante de veículos, muito além de sua atual capacidade urbana.

A equipe de reportagem percorreu diversos pontos da cidade e constatou a superlotação tanto de estacionamentos públicos quanto privados. Além disso, é comum encontrar veículos estacionados de forma irregular, obstruindo calçadas, esquinas e áreas proibidas. Motoristas relatam dificuldade diária para encontrar uma vaga, especialmente na área central.
“É um problema sério. Tanto para carro quanto para moto. Tem lugar que até tem espaço, mas a forma como os veículos estacionam, atravessados ou ocupando mais vagas que o necessário, complica tudo. A gente tem muita dificuldade”, relatou um motorista entrevistado.

A dificuldade é tanta que muitos condutores acabam deixando o veículo em pontos distantes para, então, se deslocarem a pé até o destino final. “Às vezes eu levo muito tempo, termino deixando em lugar distante para vir para o centro da cidade, porque lá encontrei algum espaço, como eu deixo muitas vezes ali no mercado”, continuou.
Transporte alternativo agrava o problema
O transporte alternativo e clandestino é outro fator que tem contribuído para o colapso nas vagas disponíveis. Segundo a Superintendência Municipal de Trânsito (Strans), vans e veículos de transporte informal costumam ocupar indevidamente vagas públicas, inclusive em áreas destinadas ao embarque e desembarque, o que piora a circulação.
“Nossa maior dificuldade hoje é o estacionamento, especialmente no Centro. A cidade cresce, a frota cresce junto, e os espaços continuam os mesmos. Cada vez mais pessoas têm carro ou moto, e o fluxo só aumenta”, explicou um representante da Strans.

Em uma tentativa de amenizar o problema, a prefeitura transferiu o ponto de vans que operavam no centro para áreas como o Mercado Cruzeiro e estacionamentos privados. “Isso ajudou, mas é uma solução parcial. O crescimento é contínuo e vai exigir mais planejamento urbano nos próximos anos.”
Veículos de grande porte e desorganização
Além do transporte alternativo, veículos de carga também contribuem para a lentidão e falta de vagas. Apesar de haver horários regulamentados para circulação, carga e descarga, o desrespeito às normas é recorrente. Caminhões e carretas ocupam ruas estreitas e áreas de alta movimentação, agravando a falta de espaço.

Autoridades de trânsito reconhecem que o município precisará, em breve, adotar medidas mais firmes de organização viária, como já ocorre em centros urbanos maiores.
Planejamento futuro
O desafio agora é conciliar o crescimento urbano com a capacidade de adaptação da cidade. Especialistas apontam que Floriano precisa investir não apenas em mais vagas, mas em um plano integrado de mobilidade, que envolva transporte público eficiente, fiscalização constante e readequação das vias públicas para comportar a demanda.
