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Dois a cada três acidentes com mortes no PI ocorrem em deslocamento ao trabalho

O estudo aponta que 63% dos óbitos ocorreram entre 6h e 9h e entre 14h e 17h
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Uma análise interna da Polícia Rodoviária Federal no Piauí lança luz sobre um dado alarmante: a maioria das mortes registradas nas rodovias federais do estado em 2025 aconteceu justamente nos horários de ida e volta do trabalho. O estudo, que abrange o período de janeiro a junho deste ano, aponta que 63% dos óbitos ocorreram entre 6h e 9h e entre 14h e 17h, faixas comumente associadas aos deslocamentos laborais e de intensa movimentação urbana.

Segundo o levantamento, mesmo com uma queda de 5% no número total de acidentes, a letalidade aumentou significativamente. Foram 68 mortes nos primeiros seis meses de 2025, contra 52 no mesmo período do ano passado — uma alta de 30,77%. Também houve crescimento nas ocorrências com feridos e acidentes classificados como graves.

Para o inspetor Fabrício Loiola, da PRF no Piauí, o dado é compreensível, já que os horários com maior número de mortes coincidem com o tempo de deslocamento do trabalhador. Mas ele faz um alerta:

 “É entendível que são horários em que o trabalhador está indo ou voltando de suas atividades. Mas é exatamente por isso que a atenção às leis de trânsito precisa ser redobrada. A pressa e o cansaço não justificam o risco. A PRF vai intensificar as fiscalizações, principalmente nos trechos urbanos ou de interface urbana das rodovias federais, justamente por serem os mais vulneráveis.”

O estudo aponta ainda que 55% das vítimas fatais eram motociclistas, o que reforça a fragilidade desse grupo. A colisão com objeto fixo — como postes, árvores ou muretas — foi a principal causa das mortes, ocorrendo principalmente durante o dia, em trechos de reta e baixa complexidade, o que reforça que o fator humano, como excesso de velocidade, desatenção ou imprudência, ainda é determinante na maioria dos casos.

Com base nesses dados, a PRF definiu horários e locais prioritários para operações preventivas, com foco especial em regiões urbanas e em trechos com registro recorrente de sinistros fatais. A ideia é reduzir a gravidade das ocorrências e salvar vidas.

A orientação é clara: independentemente do horário ou da rotina, segurança no trânsito deve ser prioridade — porque nenhum destino vale mais do que a vida.

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