Quase 1 milhão de piauienses estão com o nome negativado, segundo o Mapa da Inadimplência da Serasa, referente ao mês de junho. Isso representa 38% da população adulta do estado enfrentando dificuldades para manter as contas em dia.

Apesar do número alto, o Piauí tem a segunda menor taxa de inadimplência do Brasil, ficando atrás apenas de Santa Catarina (37,7%). O Amapá lidera o ranking negativo, com 63,5% da população adulta endividada, seguido do Distrito Federal (61%). A média nacional fechou em 47,8%.

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No Piauí, cada inadimplente acumula, em média, R$ 6.128 em dívidas. O cartão de crédito continua sendo o principal responsável pelos débitos, representando 27,5% do total.

Perfil do devedor: maioria mulheres (50,3%), com idade entre 41 e 60 anos (35,2%), e afetadas principalmente pelo uso excessivo do cartão.

Apesar do cenário desafiador, cerca de 41 mil acordos de renegociação foram fechados no estado recentemente, um sinal de tentativa de retomada. Mas o caminho da recuperação ainda é difícil, especialmente com juros altos e inflação corroendo o poder de compra.

Para enfrentar essa realidade, o Governo do Piauí tem apostado em iniciativas como programas de educação financeira, renegociação de dívidas com condições facilitadas, e ações que incentivam a formalização de pequenos negócios e o acesso ao crédito produtivo orientado, especialmente no interior. A meta é ampliar a geração de renda e reduzir a dependência do crédito de consumo.

Sem planejamento financeiro e com a renda comprometida, muitos ainda veem no fim do mês o reflexo de um problema que vai além dos boletos: uma crise silenciosa, que exige medidas urgentes e duradouras.