DRACO 223: delegado detalha prisões de mulheres envolvidas com o PCC em Teresina
As mulheres ocupavam posições-chave na facção, atuando como segurança armada e repassando ordensO coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), delegado Charles Pessoa detalhou o balanço da operação DRACO 223, deflagrada na manhã desta quinta-feira (26/06), em várias regiões de Teresina e na cidade de Oeiras. Os alvos da ação são mulheres de uma célula da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), envolvidas com crimes violentos, além da disseminação da organização criminosa.

“A nossa expectativa era de cumprir 26 mandados judiciais, 11 de prisão e 15 de busca, conseguimos efetuar 9 prisões até então, claro que a gente está ainda com algumas ações em andamento, mas todas essas mulheres com vínculo com essa facção criminosa, inclusive com uma interação muito forte nessa célula. Algumas com passagem pelo sistema penitenciário, uma monitorada por tornezeleira eletrônica, uma que foi alvo de busca e apreensão e já responde processo por homicídio, justamente homicídio no contexto dessa disputa territorial entre as organizações criminosas”, detalhou.

O que antes era um esquema voltado principalmente à cooptação de detentos do sexo masculino, hoje envolve a participação ativa de mulheres e até o recrutamento de adolescentes. De acordo com o delegado Charles Pessoa, o aliciamento tem se tornado cada vez mais sofisticado e abrangente.
“Quando essa criminalidade organizada iniciou, eles faziam aliciamento e cooptação apenas dos presidiários, homens que estavam presos e maiores de idade. Com a expansão desses grupos Brasil afora, aliás, as companheiras desses membros, então passaram a aliciar as mulheres. Nos deparamos de 2021 pra cá com o aliciamento também dos menores. E essas mulheres, elas fazem parte desse processo de influenciar principalmente esses jovens para que ingressem na criminalidade”, destacou.

As mulheres investigadas ocupavam posições-chave dentro da facção, atuando como segurança armada, repassando ordens e organizando ações do grupo. Também produziam relatórios e celebravam, por mensagens, execuções de rivais. Em uma dessas conversas, foi compartilhado o estatuto interno do PCC, com 45 regras e punições severas, incluindo a pena de morte para traidores.
“O objetivo é desarticular a cooptação dos jovens para o mundo criminoso, principalmente com a prisão e a derrubada dos perfis no Instagram. A gente monitora o Instagram, os perfis, os grupos de whatsapp. Nosso objetivo é, dentro das escolas, também monitorar as lideranças negativas porque a gente tem um trabalho de repressão, mas nós também temos que prevenir para que jovens não entrem no mundo do crime”, abordou o secretário de Segurança, Chico Lucas.

Entre as mulheres alvos está J.F.V.S., mãe de dois detentos, suspeita de envolvimento com o tráfico e de levar drogas para dentro dos presídios. A operação teve apoio do BEPI, BOPE, Canil da FEISP, Guarda Municipal de Teresina e setores de inteligência da SSP-PI e Polícia Civil.
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