Saúde em Teresina terá terceiro decreto de emergência em menos de 7 meses
Situação crítica na FMS leva prefeitura a manter regime emergencial por mais três mesesA Prefeitura de Teresina se prepara para renovar, pela terceira vez consecutiva, o decreto que reconhece situação de emergência na rede municipal de saúde. A confirmação foi dada pelo prefeito Silvio Mendes em entrevista recente, e a nova publicação deve ser oficializada nos próximos dias no Diário Oficial do Município.

Mesmo antes da saída de Charles Silveira da presidência da Fundação Municipal de Saúde (FMS), ocorrida na semana passada, a medida já era esperada. Segundo o prefeito, o cenário ainda é crítico e a renovação do decreto se tornou necessária diante das pendências na área e da complexidade da situação enfrentada pela FMS.
Desde o início de 2025, a capital piauiense já decretou duas vezes estado de emergência na saúde. O primeiro decreto, de nº 27.565, foi publicado no dia 9 de janeiro, com validade de três meses. Esse instrumento legal permitiu à gestão municipal adotar medidas extraordinárias, como a dispensa de licitação e a requisição administrativa de bens e serviços, a fim de restabelecer o fornecimento de medicamentos e insumos hospitalares.
A segunda medida, sob o decreto nº 27.915, entrou em vigor em 14 de abril, prorrogando a situação por mais 90 dias. À época, o Executivo municipal alegou risco iminente de desassistência à população e argumentou que o prazo extra seria fundamental para concluir processos licitatórios em andamento.
Durante a vigência dos decretos, a FMS adotou ações emergenciais, como editais para aquisição temporária de medicamentos, reorganização interna e reforço do quadro de servidores nas unidades de saúde, incluindo hospitais, UBSs e maternidades.
Ao comentar sobre o novo decreto, Silvio Mendes disse que a continuidade da medida é inevitável:
“Provavelmente o decreto será renovado. A situação da Fundação ainda é muito delicada. A estrutura permanece praticamente a mesma, e há diversas pendências que precisam ser resolvidas”, afirmou o prefeito, lembrando que atuou por 12 anos na FMS e conhece bem os desafios do setor.
O prefeito também comentou sobre a presidência interina da fundação, que está sob responsabilidade de Francisco de Pádua:
“Não vou impor esse sacrifício ao Pádua. Ele está respondendo temporariamente, mas precisamos encontrar alguém disposto a enfrentar os desafios da gestão da saúde pública, mesmo com baixa remuneração. Não é simples”, disse Mendes.
A expectativa é que o novo decreto mantenha os dispositivos anteriores e dê fôlego à gestão municipal para concluir os processos administrativos em curso e garantir o abastecimento das unidades de saúde.