Nos últimos anos, os chamados "influenciadores digitais" ganharam um espaço privilegiado na vida dos jovens piauienses. Munidos de celulares, redes sociais e discursos vazios, muitos desses personagens tornaram-se referências não por mérito, conteúdo ou valores, mas por polêmicas, ostentação e comportamentos questionáveis. E é exatamente aí que mora o problema.

A juventude, em sua fase mais vulnerável e formativa, encontra nesses influenciadores um espelho. Mas que tipo de reflexo está sendo oferecido? O que se vê, em grande parte, são vidas editadas, realidades fabricadas, discursos superficiais e uma glorificação da fama a qualquer custo. O estudo, o trabalho honesto, a ética e o respeito são, muitas vezes, deixados de lado em nome de curtidas, engajamento e monetização.

• Confira tabelas e resultados dos principais campeonatos.

No Piauí, isso se agrava por um contexto social e educacional ainda marcado por desigualdades. O jovem piauiense, muitas vezes carente de oportunidades e referências locais positivas, se vê fascinado por esses “ídolos” que, em vez de inspirarem, iludem. Prometem uma ascensão meteórica sem esforço, ensinam que gritar, polemizar e humilhar o outro é entretenimento. A consequência disso é uma geração cada vez mais ansiosa, alienada e desconectada da realidade.

Foto: Conecta Piauí

Influência tóxica: quando likes valem mais que valores

É preciso, sim, valorizar os bons exemplos, e eles existem. Há influenciadores que falam de educação, cultura, cidadania e empreendedorismo de forma responsável. No entanto, estes são, infelizmente, ofuscados pelo barulho dos que apostam no sensacionalismo. A mídia local, as escolas, as famílias e os próprios jovens precisam urgentemente repensar quem estão escolhendo para seguir.

A responsabilidade social dos influenciadores não pode ser ignorada. Quem tem audiência tem poder, e quem tem poder tem dever. Enquanto isso não for entendido, e cobrado, seguiremos vendo a juventude ser levada por uma maré de futilidades que nada constrói, apenas distrai e destrói.

Que possamos inverter essa lógica. Que os verdadeiros influenciadores sejam aqueles que influenciam para o bem. O Piauí precisa disso. Nossa juventude merece muito mais.