Queimadas na agricultura familiar: riscos e consequências à saúde e meio ambiente
Ao mesmo passo que realizadas para limpar terrenos, as queimadas são prejudiciais em vários âmbitosAs queimadas rurais, muitas vezes realizadas para limpar terrenos ou ampliar áreas agrícolas, têm consequências devastadoras para o campo. A cinza só nutre a plantação no primeiro ano de produção. Nos demais anos, a prática não traz nenhum benefício.

A queima de vegetação para abrir espaço para a agricultura ou pastagem de gado é uma prática extremamente prejudicial ao ecossistema local e ao clima global.
Tal iniciativa é cheia de riscos. O uso do fogo é considerado uma forma barata e rápida de limpar a terra, mas sem o controle necessário, ele pode se espalhar descontroladamente, destruindo a fauna e flora locais, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
A fumaça das queimadas libera grandes quantidades de gases poluentes, como monóxido de carbono e dióxido de carbono, além de partículas finas, que são prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.

As queimadas alteram a evaporação e a absorção de água do solo, o que pode levar à diminuição da qualidade da água e ao aumento do risco de seca. Nesse período do ano, conhecido como B-R-O BRÓ, as queimadas costumam aumentar de forma considerável no Piauí.
Segundo a agrônoma e diretora de Projetos para a Região Meio-Norte da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), Liz Meirelles, a irrigação e o uso permanente do solo são alternativas interessantes para coibir a iniciativa. “Precisamos ampliar as áreas irrigadas para que haja um aumento da produção e o cultivo frequente em áreas permanentes. Outra prática eficiente é o plantio direto, cultivar a cada ano uma cultura, e com isso, cobrir o solo com matéria orgânica. O uso constante do solo não dá espaço para as queimadas por parte do agricultor”, disse.