Ceasa: o ritmo da madrugada que alimenta a capital do Piauí
Movimentação começa às 4h e envolve mais de 700 trabalhadores diariamenteAntes mesmo do sol aparecer, quando a cidade ainda está silenciosa e o trânsito longe de se tornar caótico, um grupo especial já está a todo vapor. São os trabalhadores da Ceasa, a Central de Abastecimento de Teresina que com muita disposição, acordam no meio da madrugada para garantir que a economia da cidade continue girando e que as mesas dos teresinenses tenham alimento fresco o dia inteiro.

Por volta das 4 horas da manhã, a movimentação na Ceasa é intensa. Caminhões chegam, mercadorias são descarregadas e os permissionários, muitos deles com décadas de experiência, já estão de prontidão. É o caso de seu Arthur, o permissionário mais antigo do local, que há 36 anos enfrenta as madrugadas para manter seu negócio e o abastecimento da cidade. “Chego aqui por volta de duas horas da manhã. Sou o mais antigo, então entro antes para preparar tudo”, conta.

O ambiente é de pura rotina e esforço, mas também de gratificação. “Às vezes, no domingo, quando todo mundo está descansando ou se divertindo, a gente vem com aquela preguiça, mas quando chega na segunda-feira, com a satisfação de descarregar o caminhão, pedir mercadoria e até levar algumas coisas para as crianças em casa, a gente sente que vale a pena”, relata um dos trabalhadores.

A Ceasa conta com cerca de 1.500 módulos e 10 galpões, funcionando de segunda a sábado, e recebe diariamente cerca de 10 mil pessoas. Para que tudo isso funcione, muitos acordam ainda mais cedo, às 3h30 ou 4 horas da manhã, enfrentando uma rotina pesada para que os produtos cheguem fresquinhos às feiras, mercados e restaurantes da capital.

Além dos comerciantes, há também uma equipe que cuida da logística, cortando as estradas e garantindo a distribuição mensal de aproximadamente 35 mil toneladas de produtos para a cidade. Esse trabalho invisível é fundamental para a cadeia de abastecimento funcionar.
A dedicação desses profissionais, mesmo longe da família e enfrentando jornadas puxadas, mostra o valor do trabalho silencioso que mantém a economia de Teresina viva e ativa. “Às vezes dá saudade da família, claro. Tenho um filho de 12 anos que quer estar comigo, mas a rotina é essa. Quando volto, levo verduras, frutas, roupas e brinquedos para eles. Isso me motiva a continuar”, desabafa um permissionário.