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Saneamento precário causa mais de 7 mil internações no Piauí em 2024

No ano, 251 pessoas morreram devido a enfermidades à ausência de tratamento de água e esgoto
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A falta de saneamento básico adequado resultou em 7.033 internações no Piauí em 2024, causadas por doenças como dengue, hepatite, malária e leptospirose. No ano anterior, 251 pessoas perderam a vida no estado devido a enfermidades relacionadas à ausência de tratamento adequado de água e esgoto. Os dados são da pesquisa "Saneamento é Saúde", divulgada pelo Instituto Trata Brasil.

Foto: Conecta PiauíEsgoto a céu aberto em Teresina
Esgoto a céu aberto em Teresina

O levantamento, publicado em alusão ao Dia Mundial da Água, celebrado neste sábado (22/03), revela que 5.525 internações foram provocadas por doenças de transmissão fecal-oral, quase 1.500 por infecções propagadas por insetos-vetores, como a dengue, e 54 por contato direto com água contaminada.

A situação no Piauí reflete um problema nacional. Em 2024, o Brasil registrou mais de 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado, sendo 168,7 mil ligadas a infecções transmitidas por insetos-vetores.

A presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, destaca que a universalização do saneamento poderia reduzir em 86 mil o número de internações anuais no país, gerando uma economia de R$ 49,9 milhões para os cofres públicos. "Por isso, é essencial ampliar os investimentos no setor até 2033, prazo estabelecido para a universalização do saneamento", afirma. Atualmente, o custo médio por internação no Brasil é de R$ 506,32, enquanto no Piauí esse valor é de R$ 413,42, o segundo menor do Nordeste, atrás apenas do Maranhão (R$ 356,21).

O estudo também aponta que idosos e crianças são os mais impactados pela precariedade do saneamento, representando 43,5% das internações. Entre crianças de 0 a 4 anos, a taxa é de 54 casos a cada 10 mil habitantes, enquanto entre idosos chega a 23,6 casos.

Além disso, a pesquisa revela desigualdades raciais no impacto das doenças relacionadas ao saneamento. Em 2024, 64,8% das internações foram de pessoas pretas ou pardas. Já os indígenas, que representam apenas 0,8% do total de internações, registraram uma incidência de 27,4 casos a cada 10 mil habitantes, uma das mais altas do país.

Segundo o Instituto Trata Brasil, a ampliação do acesso à água tratada e ao tratamento de esgoto poderia reduzir quase 70% das internações, além de gerar uma economia de R$ 43,9 milhões por ano.

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