Enquanto muitos estados ainda acumulam mortes sem explicação, o Piauí vai na contramão e dá exemplo de eficiência e transparência. Em 2024, o estado teve a maior queda do país no número de mortes a esclarecer sem indício de crime, segundo o Mapa da Segurança Pública. Foram apenas seis casos registrados em todo o ano, o que representa uma redução de 75% em relação a 2023.

Mas, afinal, o que são “mortes a esclarecer”? Trata-se de casos em que a causa da morte ainda não está definida — ou seja, a polícia ainda não sabe se foi homicídio, suicídio, acidente ou morte natural. Muitos desses óbitos acabam esquecidos ou ignorados, gerando subnotificação e ocultando crimes reais.

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Foto: Conecta Piauí

Secretaria Estadual de Segurança Pública

No Piauí, o compromisso é outro: nenhuma morte fica sem resposta. Graças ao trabalho da Secretaria de Segurança Pública, com foco em investigação, uso de tecnologia e valorização das equipes, todos os registros são analisados com rigor — sem distinção de classe social ou local onde ocorreu.

“A gente parte de uma premissa muito clara: toda morte precisa ser investigada até o fim. Se não esclarecemos um caso, podemos estar deixando um homicídio passar em branco. Por isso, cada ocorrência é estudada até que se descubra a causa real”, explica o delegado João Marcelo, chefe do setor de estatística da SSP-PI.

O contraste com outros estados chama atenção. São Paulo, por exemplo, teve em 2024 a menor taxa oficial de homicídios do Brasil (5,17 por milhão de habitantes), com 2.377 assassinatos confirmados. Porém, no mesmo período, o estado registrou 5.183 mortes a esclarecer — mais que o dobro do número de homicídios. Esse dado levanta dúvidas sobre a real dimensão da violência e a transparência nos registros.

Enquanto isso, o Piauí mostra que é possível combinar baixa criminalidade com responsabilidade na apuração dos fatos. Não é apenas um dos estados mais seguros do país — é também um dos que mais respeita a dor das famílias, buscando justiça em cada caso.