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No Piauí, a solidão virou estatística.

Dados do IBGE mostram que número de pessoas morando só dobraram no Estado
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Em apenas doze anos, o número de pessoas que vivem sozinhas mais que dobrou. Em 2012, eram 84 mil piauienses. Hoje, são 191 mil. De 2,6% da população para 5,6%. Não é apenas um número. É um sinal dos tempos. Da mudança nos lares. Da mudança nas pessoas.

Homens ainda são maioria nesse jeito de morar: 60,2% deles vivem sem companhia, contra 39,8% das mulheres. Mas é na idade que os números contam uma história ainda mais profunda. Entre os jovens, de 15 a 29 anos, apenas 2,8% moram sozinhos. Talvez estejam descobrindo o mundo, dividindo casa com amigos, com parceiros, com a família.

Na faixa de 30 a 59 anos, o percentual sobe para 7,1%. Já passaram pela vida adulta, talvez construindo carreiras, talvez vivendo separações. Mas é na terceira idade que a solidão se instala com mais força: 14,4% das pessoas com 60 anos ou mais vivem sozinhas. Quase quatro em cada dez dos lares individuais pertencem a eles.

E como são as casas do Piauí? Em 16,7% delas mora apenas uma pessoa. Mas a maior parte ainda abriga três moradores – 25,7% das residências do estado. Depois vêm as casas com dois moradores (24,9%), quatro (19,6%), cinco (8,6%) e seis ou mais (4,5%).

O fenômeno não é só nosso. No Brasil inteiro, em 2012, eram 7,4 milhões de pessoas vivendo sós. Hoje, são 14,3 milhões – 6,7% da população. A maior parte também é de idosos, seguidos dos adultos de meia-idade e, por último, dos jovens.

Os números dizem muito sobre nós. Sobre nossas escolhas. Sobre a liberdade de decidir os rumos da própria vida. Mas também sobre os desafios de envelhecer em um país que precisa cuidar melhor de quem vive sozinho.  Porque, no fim das contas, viver só pode ser sinônimo de autonomia. Mas não precisa ser sinônimo de abandono.

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