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Mulheres piauienses estão tendo menos filhos e cada vez mais tarde, diz IBGE

Esses dados reforçam que o Piauí está vivendo uma mudança significativa no seu perfil demográfico
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O Piauí segue acompanhando uma tendência nacional clara: as mulheres estão tendo menos filhos e em idade cada vez mais avançada. Dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE, revelam que a taxa de fecundidade total no estado é de 1,66 filho por mulher, número superior à média nacional, que ficou em 1,55, e também acima da média da Região Nordeste, que foi de 1,60. Dentro do Nordeste, apenas Alagoas, com 1,77 filho por mulher, e Maranhão, com 1,75, registraram índices mais altos que o Piauí.

Além da queda no número de filhos, os dados mostram que as mulheres piauienses estão adiando a maternidade. Em 2010, a idade média em que as mulheres do estado tinham filhos era de 25,9 anos. Já em 2022, essa média passou para 27,4 anos. No Brasil, esse indicador também subiu: foi de 26,8 anos em 2010 para 28,1 anos em 2022. Isso mostra que, embora as piauienses ainda tenham filhos mais cedo que a média nacional, elas também estão adiando esse momento.

Foto: Andre BorgesGravidez
Gravidez

Na comparação regional, o Piauí teve uma das menores idades médias de fecundidade do Nordeste em 2022, ficando acima apenas do Maranhão, com 26,9 anos, e de Alagoas, com 27,2 anos. Já os estados com maior idade média para ter filhos na região foram o Rio Grande do Norte, com 28,4 anos, e o Ceará, com 28,3.

A pesquisa também revela que fatores como raça e nível de escolaridade influenciam diretamente na idade em que as mulheres têm filhos. No Piauí, em 2022, as mulheres brancas eram as que mais adiavam a maternidade, com idade média de fecundidade de 28,6 anos. Entre as mulheres pretas, essa média foi de 26,8 anos, enquanto as mulheres pardas tiveram filhos, em média, aos 27,1 anos. Em 2010, esses números eram mais baixos: 26,3 anos entre brancas, 25,9 entre pretas e 25,7 entre pardas. O dado mostra que todas as faixas raciais apresentaram aumento na idade média da maternidade, mas que também houve um aumento na diferença entre brancas e os demais grupos.

Quando se analisa o nível de escolaridade, o IBGE mostra que mulheres com menos anos de estudo têm filhos mais cedo. As mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto tinham filhos, em média, aos 24,6 anos em 2010, passando para 26 anos em 2022. Já as mulheres com ensino superior completo apresentaram uma situação diferente: eram mães, em média, aos 31 anos em 2010, mas essa idade caiu para 30,4 anos em 2022, o que vai na contramão do que aconteceu com os demais grupos educacionais. Mesmo assim, continuam sendo as que mais adiam a maternidade no estado.

Esses dados reforçam que o Piauí está vivendo uma mudança significativa no seu perfil demográfico. As famílias estão menores, as mulheres estão tendo filhos mais tarde e o crescimento populacional tende a desacelerar nos próximos anos. Esse movimento é resultado de transformações sociais importantes, como maior acesso à educação, mudanças no mercado de trabalho e maior acesso a informações sobre planejamento familiar e saúde reprodutiva.

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