Meninas do Job: prostituição ganha visibilidade em Teresina com a tecnologia
Entre plataformas online e bares da cidade, procura por profissionais do sexo aumenta e gera debatesA chamada “profissão mais antiga do mundo” não tem esse nome à toa. A prostituição, que nos últimos anos ganhou novos nomes, como “job”, termo em inglês para se referir a trabalho, também adquiriu mais visibilidade com uma forte influência da internet nesse processo.

A construção no imaginário popular sobre as características de uma “mulher do job” atribuiu estilos musicais, acessórios e roupas específicas às possíveis trabalhadoras do sexo. Em Teresina, a pauta se estendeu às redes sociais. No X, antigo Twitter, não é difícil encontrar internautas listando, inclusive, casas de shows, bares e restaurantes que seriam, teoricamente, mais frequentados pelas profissionais.
Para não ter erro
Quem se interessa por esses serviços, mas prefere não arriscar em sair em busca pelas ruas da cidade, pode entrar em contato com as profissionais por meio de sites específicos para isso. Com uma simples pesquisa na barra de navegação, encontra-se uma gama de plataformas online onde pode ser realizada a contratação das mulheres.
Listamos os 5 principais sites onde podem ser encontradas as trabalhadoras do sexo na capital. São eles:
- Skokka
- VIP Teresina
- Fatal Model
- Ocabare.com
- Musaclass
As plataformas têm características diferentes, para agradar seus determinados públicos. A primeira da lista, o site "Skokka", oferece uma descrição criada pelas próprias profissionais. Em muitas das descrições, as mulheres já costumam apresentar valores.

Já o segundo site da lista tem uma estética mais "requintada". O VIP Teresina oferece opções de escolha até para quem deseja apenas morenas, loiras, ruivas ou negras. A plataforma também separa as acompanhantes que mais se destacaram durante um determinado período.

Mas do nosso top 3, com certeza esse é o site mais completo! O Fatal Model oferece uma função parecida com a dos stories do Instagram, onde os clientes podem ver vídeos e fotos de diferentes profissionais. Além disso, o site é muito bem subdividido, com as categorias: mulheres, homens e trans. Nas publicações das profissionais, também é possível deixar avaliação.

Fora da internet
Segundo um jovem entrevistado, que está na casa dos 20 e preferiu não se identificar, o que se tem notado é um comportamento mais discreto por parte das meninas que realizam tais atividades. Ele descreveu que, para identificar as “do job”, é preciso ser atento, pois é algo subjetivo, que pode ser notado nas entrelinhas.
A característica se dá muito pelo fato de que se tornou algo menos escrachado, em sua maioria, e o trabalho passou a ser bem mais que uma simples troca de sexo por dinheiro.
Na visão feminina
Já para uma fonte feminina, também na casa dos 20, a presença recorrente dessas mulheres em bares ou locais de confraternização da capital tem impactado negativamente a vida das solteiras.
O primeiro ponto levantado pela entrevistada foi o fato de que pode acontecer de uma mulher que queira sair e paquerar ser logo confundida com uma profissional. A outra questão é exatamente o fato de os homens evitarem procurar as mulheres por já subentenderem que elas são da área e vão cobrar por aquilo.
“Não é uma crítica às mulheres do job e afins, mas sim a esse certo desequilíbrio que existe, e que as mulheres solteiras que estão ali, saindo, querendo curtir, muitas vezes passam a ser confundidas, e também inviabilizadas, porque as do job chamam mais atenção. Elas atraem mais olhares para elas. E esses ambientes acabam se tornando muito rasos, muito desconfortáveis”, pontuou.
Um terceiro ponto
Por fim, é necessário entender que a existência do trabalho sexual, seja por meio da internet ou não, é algo real e muito presente não só no dia a dia da capital piauiense. Muitas mulheres entram nesse mundo não “em busca de facilidade”, como pode ser elaborado por muitos, mas sim por necessidade.
Apesar do tom descontraído da reportagem, é importante ressaltar que as profissionais devem ser sempre respeitadas, independente do tom que possa vir a ganhar a relação cliente x contratado.
No fim das contas, o que está em jogo não é apenas o corpo ou o rótulo de uma profissão. É sobre vidas, contextos e necessidades. Seja qual for sua opinião, é necessário agir com equidade. E para quem se interessou nos sites, recomendamos que seja feita uma pesquisa à parte por parte do leitor, para que possa encontrar aquele que mais se adequa aos seus gostos.