Entenda os riscos e desafios da recuperação após novos transplantes de Faustão
Especialista analisa os desafios enfrentados por Fausto Silva após múltiplos transplantesO renomado apresentador Fausto Silva, de 75 anos, passou por um transplante de fígado seguido por um retransplante renal em um curto espaço de tempo, em decorrência de uma infecção bacteriana aguda e sepse. Além desses procedimentos, nos anos anteriores, Faustão já havia enfrentado um transplante de coração em 2023 e um de rim em 2024.

O cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel, especialista reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) e com pós-graduação em nutrologia médica pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), analisa a complexidade do caso. Ele ressalta a extrema raridade da evolução clínica de Fausto Silva, enfatizando a necessidade de múltiplos transplantes em um período tão curto, especialmente considerando sua idade avançada.
Dr. Edmo destaca a importância de uma intensa terapia medicamentosa para evitar rejeições e controlar processos inflamatórios decorrentes das trocas de órgãos. O desafio iminente está em avaliar a capacidade de resistência do organismo do apresentador diante de tantas intervenções.
O especialista aponta que o transplante cardíaco prévio pode ter contribuído para as complicações atuais, devido à interligação das funções do coração, fígado e rins. O uso prolongado de imunossupressores também pode ter impactado o funcionamento desses órgãos vitais.
Segundo Dr. Edmo, a avaliação da adaptação do coração transplantado é crucial, dada a relação direta entre sua função e a do fígado. Diversos fatores, como alterações no fluxo sanguíneo hepático, complicações renais prévias e efeitos colaterais dos medicamentos, podem ter contribuído para a necessidade dos novos transplantes.
Apesar dos riscos envolvidos, o cardiologista ressalta que o retransplante renal foi a única alternativa diante da falência do órgão anterior. Ele explica que a decisão por um novo transplante ocorre apenas diante de evidências claras de insuficiência, como foi o caso de Fausto Silva, que enfrentou inicialmente problemas cardíacos, seguidos por complicações renais. O procedimento de coração foi uma tentativa de auxiliar a função renal, mas se mostrou insuficiente, culminando no transplante renal.
A fase de recuperação exigirá monitoramento constante e cuidados minuciosos, sem previsão de alta imediata. O processo de estabilização pode levar mais de três meses, dadas as circunstâncias delicadas enfrentadas pelo apresentador.