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Polo Cerâmico do Poti Velho: histórias antes da formalização

Com mais de 280 famílias envolvidas, espaço é símbolo cultural e referência nacional

Às margens do Rio Poti, em Teresina, está um dos maiores símbolos da identidade cultural da capital: o Polo Cerâmico Artesanal do Poti Velho. Mais de 280 famílias estão diretamente ligadas à produção, tornando o local uma referência nacional no artesanato em cerâmica.

Entre os corredores cheios de peças únicas, a artesã Solimar Maria destaca a presença feminina no setor. “Aqui são as ceramistas, que representam as mulheres que começaram a trabalhar no polo, porque antigamente só homens atuavam aqui. Hoje as mulheres estão dominando a arte da cerâmica”, afirma.

Foto: Conecta PiauíPolo Cerâmico do Poti Velho
Polo Cerâmico do Poti Velho

Muito antes de o espaço se tornar um polo estruturado, já havia quem dedicasse a vida à cerâmica. Jimmy Presley é um desses nomes. Ele trabalha há mais de 25 anos no local e viu a transformação de perto. “Eu vivo única e exclusivamente do artesanato em cerâmica. Minha esposa também atua comigo, cuidando da comercialização e da pintura das peças. Tenho clientes de todo o Brasil, mas também vendo bastante aqui para Teresina e para o Piauí”, relata.

Quem visita o espaço sente a energia criativa no ar. A arquiteta Adriana Palermo, vinda de São Paulo, conta que encontrou no polo uma fonte de inspiração para seus projetos.

“Eu adoro usar artesanato nos meus projetos, colocar como decoração na parede. Então a gente veio aqui dar uma olhadinha”, disse ela, encantada com a diversidade e riqueza das peças.

Por trás de toda essa estrutura está o trabalho coletivo e a luta por reconhecimento. Raimundinha do Poti, presidente da Cooperativa de Mulheres Artesãs, é uma das pioneiras na organização do espaço. Ela relembra os primeiros passos dados ainda na década de 1990, quando a produção era limitada e o apoio institucional quase inexistente.

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