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Bolo frito: sabor e tradição que marcam a história de Teresina

Moradores e empreendedores ajudam a destacar o papel cultural da iguaria para a capital

Em 172 anos de história, Teresina construiu sua identidade cultural a partir de diversos elementos, entre eles, uma iguaria que é presença garantida na mesa dos teresinenses: o bolo frito. Macio, saboroso e carregado de significados, ele ultrapassa gerações como memória afetiva da capital piauiense.

Foto: James de Deus/Conecta Piauí6. Bolo frito: tradição e sabor que atravessam gerações na capital piauiense
Bolo frito: tradição e sabor que atravessam gerações na capital piauiense

No Mercado do Mafuá, Dona Ancelismar Sousa Barros, conhecida como Solimar, é referência quando o assunto é bolo frito. Há 44 anos, ela vende essa delícia junto a outros cafés da manhã, fazendo da receita uma importante fonte de renda e um legado familiar. “Eu abri com comida e não deu certo, então coloquei o bolo frito. No começo vendia tudo, mas era muito feio, muito ruim. Mas como eu sempre fui popular, as pessoas gostaram e fui aprendendo. Depois de cinco anos, passei a focar só no bolo”, conta.

Foto: James de Deus/Conecta PiauíAncelismar Sousa, Solimar
Ancelismar Sousa, Solimar

Sobre a tradição do bolo frito na cidade, Dona Solimar acredita que o costume deve continuar. “Quem ficar pode continuar, porque é um ramo que não vai se acabar. O bolo frito é tradicional do Nordeste, principalmente do Piauí, principalmente de Teresina.”

Outra inovação em torno da receita surgiu com o Malu Beach, comandado por Luiz Joriver, que há oito anos conquistou a capital com versões recheadas do bolo frito. “Colocamos primeiro carne de sol, e as pessoas começaram a pedir outros recheios, então botei recheios da praia: lagosta, camarão, caviar, caranguejo, bacalhau... Foi surgindo aos poucos. Eu e minha equipe gostamos de criar esses bolos recheados, e estamos muito felizes com o reconhecimento”, destaca.

Foto: James de Deus/Conecta PiauíLuiz Joriver, proprietário do Malu Beach
Luiz Joriver, proprietário do Malu Beach

O sabor e o afeto do bolo frito também são celebrados por quem mantém a tradição em casa. Nilton Almeida, aposentado, recorda os tempos em que a receita era feita com poucos ingredientes e muito carinho. A filha, professora Lenise Almeida, reforça a importância do quitute. “É um jeito de manter a história da nossa família e da nossa cidade”, afirma.

Foto: Reprodução/Redes sociaisNilton Almeida, Consumidor do bolo frito do Mercado do Mafuá
Nilton Almeida, Consumidor do bolo frito do Mercado do Mafuá

Quem aprecia o bolo frito sente sua presença especial. Seu Newton Almeida, teresinense que vive no Rio de Janeiro, afirma que sempre busca o quitute ao voltar para a cidade. “Lá não encontro essa iguaria. É memória afetiva. Onde eu já passei, nunca encontrei um bolo frito como o de Teresina. É um diferencial nosso.”

Foto: James de Deus/Conecta PiauíLenise Almeida
Lenise Almeida

Mais do que um alimento, o bolo frito é parte viva da cultura teresinense, símbolo da simplicidade e do sabor que unem passado e presente.

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