A violência doméstica voltou a crescer de forma alarmante no Piauí, alcançando números nunca antes registrados. Somente no mês de maio de 2025, o Poder Judiciário piauiense recebeu 1.201 novos processos relacionados à violência contra a mulher — o maior número já registrado em um único mês, segundo dados do Painel da Violência Doméstica do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O levantamento aponta que, de janeiro a maio deste ano, já foram contabilizados 5.326 casos, o que representa uma média superior a um caso por hora no estado. Em comparação com o mesmo período de 2024, houve um crescimento de 6,3% no número de novos processos.

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Foto: Conecta Piauí

Violência contra a mulher

Em 2024, o Piauí já havia encerrado o ano com recorde histórico de 12.270 processos por violência doméstica, uma alta de 13% em relação a 2023, quando foram registrados 10.861 casos.

Os agressores estão em todas as partes do estado. Na cidade de José de Freitas, um homem de 31 anos, identificado pelas iniciais I.M. de S.A., foi preso na manhã da última terça-feira (8) após descumprir medidas protetivas e ser acusado de lesão corporal contra a vítima. Segundo a delegada Adrianne Melissa Lima, o trabalho da Polícia Civil foi fundamental para garantir a integridade da mulher agredida. “O autor foi detido e será encaminhado ao sistema penitenciário, onde ficará à disposição da Justiça para responder por seus atos”, afirmou.

Já em Esperantina, nesta quinta-feira (17), outro homem foi preso acusado de violência doméstica contra a ex-namorada. A prisão foi realizada pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis (DEAMGV), com apoio da Delegacia Seccional do município.

O secretário de Segurança Pública do Estado, Chico Lucas, reforça o comprometimento das forças de segurança no enfrentamento ao problema:

“A polícia tem atuado com firmeza para prender os agressores e garantir a proteção das vítimas, mas é fundamental que as mulheres denunciem. A denúncia é o primeiro passo para quebrar o ciclo da violência e permitir que o Estado possa agir com a força da lei.”

Os números reforçam a urgência de ampliar políticas públicas, fiscalizações e ações de enfrentamento à violência contra a mulher em todo o Piauí.