Taxa de aprisionamento no Piauí cresce 13% e chega ao maior índice da historia
O Piauí nunca prendeu tanto bandido como em 2023O Piauí nunca prendeu tanto bandido como em 2023. Quem afirma isso é o painel de informações penitenciárias, da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão ligado ao Ministério da Justiça, que divulgou a taxa de aprisionamento nacional e de todos os estados, bem como dados sobre o total da população carcerária e o perfil das pessoas privadas de liberdade.

Conforme os dados, a taxa de aprisionamento piauiense fechou ano passado em quase 183 pessoas presas para cada grupo de mil habitantes. Trata-se do melhor resultado da série histórica, iniciada em 2015. Em comparação com 2022, o crescimento foi de 13%. Porém, mesmo com a alta, o índice do Piauí ainda é bem inferior à média nacional: 319,9 detentos a cada 100 mil.
Uma das explicações para esse crescimento, deve-se ao grande número de operações que o DRACO (Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) vem realizando. A especializada, que completou um ano de criação, em março deste ano, já botou na cadeia mais de 500 pessoas, maioria deles em Teresina.

No total, a população carcerária piauiense terminou 2023 com quase 6 mil pessoas. Desses, exatos 5.770 são do sexo masculino, ou seja, quase 97%. Quanto a faixa etária, um em cada quatro detentos piauienses (25%) tem entre 35 a 45 anos. O menor percentual está entre os presos com mais de 60 anos, não chega a 2% do total.
Quanto ao regime aplicado, o fechado absorve o maior percentual da população carcerária piauiense. São 2.918 pessoas nessa situação, o que equivale a 49,01%. Logo após vem o regime semiaberto com quase 12% do total de recolhidos em penitenciárias. No entanto, outros 2.344 presos estão em situação provisória, ou seja, ainda aguardam julgamento.
Entrante, mesmo com o crescimento, o índice piauiense ainda é um dos menores do país, que tem uma média de quase 320 pessoas presas a cada 100 mil habitantes. No Nordeste, por exemplo, a taxa do Piauí aparece à frente somente de Alagoas; com 146,79 pessoas presas a cada 100 mil moradores, e da Bahia; com menos de 91 pessoas presas a cada 100 mil habitantes. O líder na região é Pernambuco, com 317 prisões a cada 100 mil.
E apesar da diminuição da população carcerária durante a pandemia, o Brasil se manteve na mesma posição do ranking de países que mais prendem no mundo. A taxa considera o número de presos dentro do sistema prisional (pouco mais de 680 mil em todos os estados) e o de habitantes (cerca de 205 milhões). Com esse dado, o país fica na 26ª posição em um ranking de aprisionamento com outros 222 países e territórios.
Considerando o número absoluto de presos, o Brasil ainda ocupa a 3ª posição com folga, atrás apenas de China e Estados Unidos, e à frente da Índia, que tem pouco mais de 478 mil detentos. Diante disso, ainda ano passado, uma ordem de serviço foi assinada para que a região Norte do Piauí tenha um novo presídio. Será a Casa de Detenção Provisório de Buriti dos Lopes. A nova unidade penal deverá contar com cerca de 300 vagas. O prazo para a conclusão da obra é de 360 dias.

O estabelecimento prisional contará ainda com estrutura para salas de aula, laboratório de informática, biblioteca, parlatório, consultórios para assistência à saúde e módulos de trabalho. “Vamos resolver um gargalo na região Norte. Concluímos a reforma da Penitenciária de Esperantina e vamos para a construção dessa nova penitenciária em Buriti dos Lopes. Tenho a certeza que vamos fazer um grande trabalho, sempre buscando esse viés de criar novas vagas e oferecer condições às pessoas que cumprem pena no Piauí para que elas possam retornar melhor para a sociedade”, comentou o Secretário de Justiça do Piauí, Coronel Carlos Augusto.