O déficit habitacional do Piauí é de pouco mais de 124,8 mil domicílios, o que representa 11,5% do total de moradias ocupadas no Estado. Os dados foram divulgados esse mês pela Fundação João Pinheiro (FJP), instituição responsável pelo cálculo do déficit habitacional do Brasil em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. No país, são mais de 6 milhões de habitações nessa condição, 8,3% do total. 

A predominância do déficit habitacional no país, bem como do Piauí, é em famílias com até dois salários mínimos de renda domiciliar (R$ 2.640), prioritariamente aqueles da Faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal (74,5%). No resultado geral do indicador, o componente ônus excessivo com o aluguel urbano se destaca, com 3.242.780 de domicílios, o que representa 52,2% do déficit habitacional.

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Foto: Conecta Piauí

Tipo de habitação por região

Diante de números tão assustadores, a Federação Piauiense de Habitação Social (FEHAB-PI) vai realizar nesta quinta-feira, dia 29 de agosto, o 1º Encontro Piauiense de Habitação Social. O evento vai acontece na sede do Sebrae Piauí, situada na avenida Campos Sales, zona norte de Teresina, e vai discutir soluções e estratégias para diminuir esse déficit, levando-se em conta 

“A gente teve um período recente sem política pública de moradia, houve a crise sanitária e econômica, muitas famílias ficaram sem renda. O principal componente do déficit habitacional é o ônus excessivo por aluguel, as famílias que gastam mais de 30% da sua renda com aluguel. Essas famílias são a maioria das que integram esse déficit, têm necessidade de uma nova moradia. E tudo isso será discutido no encontro”, disse Josineto Ferreira, presidente da FEHAB-PI.

Foto: Conecta Piauí

Déficit habitacional por região do Brasil

Segundo ainda o estudo, as mulheres aparecem como 62,6% do total de  responsáveis pelos domicilios e as pessoas negras (exceto na região Sul do Brasil) são maioria em praticamente todos os componentes, consequentemente, no próprio déficit habitacional. O déficit habitacional absoluto por região é de 773.329 no Norte do Brasil; 1.761.032 no Nordeste; 499.685 no Centro-Oeste; 2.433.642 no Sudeste e 737.626 na região Sul. 

Regionalmente, as habitações precárias (domicílios improvisados ou rústicos) são o principal componente responsável pelo déficit habitacional no Norte (42,8%) e Nordeste (39,9%), onde há maior relevância do déficit habitacional rural. No Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país, o predomínio é do ônus excessivo com o aluguel urbano.

A atualização dos dados para o ano de 2022 teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).