No Piauí, construção civil fecha década com crescimento salarial
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Anual da Indústria da Construção, divulgada pelo IBGENa pandemia da Covid-19, muitas restrições e isolamentos ocorreram em todo o Brasil. Comércio, indústria e tantos outros estabelecimentos que movimentam a economia do país tiveram que fechar, amargando prejuízos. Teve família que, de fato, não colocou o pé para fora de casa, com medo de contrair a doença. E foi justamente essa permanência na residência que fez com que um dos setores do mercado de trabalho resistisse aos impactos recessivos.
Estamos falando da Construção Civil. É que dentro de casa, as pessoas começaram a perceber algumas falhas na residência e a necessidade de reformas. Com isso, o setor não parou de funcionar. Em menor escala, é verdade. Mas manteve um bom número de pessoas empregadas. No Piauí, por exemplo, entre 2020 e 2022, período da pandemia, foi registrado um crescimento de quase 4% na geração de emprego no setor.

Em 2020, 2021 e 2022, o setor da construção aumentou a empregabilidade em todos os anos, acumulando um acréscimo de 411,6 mil pessoas, o que corresponde a uma alta de 21,6% no período. No Piauí, somente entre 2021 e 2022, teve queda no número de empregados, mas quando comparado com 2020, o número de pessoas empregadas no setor saltou de 19.427 para 20.180, um acrescimento de quase 800 novos postos de trabalho.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Anual da Indústria da Construção, divulgada essa semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento oferece um raio X do setor. Os números mais recentes são de 2022, quando o país tinha 2,3 milhões de trabalhadores na indústria da construção. O pessoal ocupado na indústria da construção no Piauí em 2022 representava cerca de 1% do total de pessoas ocupadas no setor no Brasil.

De acordo com a pesquisa, o destaque piauiense veio mesmo quanto a produção em incorporações, obras e serviços da construção civil, no ano de 2022. Foram movimentados mais de R$ 4,6 bilhões, naquele ano, o que equivale a 6,3% do total gerado em toda a região Nordeste (R$ 72,6 bilhões). Com isso, o Piauí terminou com a sexta maior participação dentro os nove estados nordestinos.
“A participação da construção civil do Piauí em relação ao total do Nordeste aumentou em 65% na comparação com a do ano de 2013, quando foi de 3,8% e ocupava a última colocação na participação regional. Nesse período de 10 anos a participação do Piauí aumentou e em 2022 superou a dos estados da Paraíba (6,0%), de Alagoas (5,9%) e de Sergipe (2,8%)”, pontuou Eyder Mendes, supervisor de informações do IBGE no Piauí.
A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE considera apenas a produção das empresas com cinco ou mais empregados, e no Piauí o ano de 2022 fechou com uma média de 28 pessoas ocupadas por empresa da construção civil, somente quatro a menos que o observado no Brasil, que foi de 32 empregados por empresa. São Paulo possuía a maior proporção dos empregados ocupados na construção no país, com 27,1%.

Outro ponto positivo é que o salário médio pago aos trabalhadores da construção civil no Piauí, em uma década, apresentou um incremento de 20%. Em 2013, a quantia média paga mensalmente aos empregados da indústria da construção equivalia a 1,5 salário mínimo, valor que subiu para 1,8 salário mínimo em 2022. No Brasil, como um todo, houve foi redução, saindo de 2,7 salários mínimos, em média, para 2,2 salários, queda de 18,5%.
Já na comparação entre todos os estados do Brasil, em 2022 o Piauí ocupava a 19ª. posição em termos de participação do valor da construção civil, com 1,2% do valor total produzido no país (R$ 396,1 bilhões). São Paulo foi o estado com maior participação relativa no país, com R$ 108 bilhões de reais, o que equivale a 27,3% do total,. A menor participação foi do Acre, com uma produção no valor de R$ 827,1 milhões, o que representava 0,2% do total.
Em termos de participação no valor da construção civil no contexto das Grandes Regiões do país, no período de 2013 a 2022 duas delas aumentaram sua participação: a região Sul, que passou de 12,2% para 16,7%, e a região Centro-Oeste, que passou de 9,1% para 9,5%. As demais regiões do país perderam participação relativa, com a região Sudeste passando de 52,3% para 49,5%, a região Nordeste passando de 19,4% para 18,3%, e a região Norte passando de 7,0% para 6,1%.