A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (08) a Operação Underhand, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e fraudes em licitações envolvendo prefeituras do estado do Ceará. O principal investigado é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), cujo gabinete, em Brasília, foi alvo de busca e apreensão.

A operação decorre de um inquérito que corre sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, o grupo ligado ao parlamentar exigia um "pedágio" de 12% dos valores das emendas repassadas a prefeituras, em troca da liberação dos recursos e do direcionamento das contratações. Parte do dinheiro desviado teria sido utilizado para financiar campanhas eleitorais nas eleições municipais de 2024.

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Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Deputado Júnior Mano em comissão da Câmara, em 12/04/2023

Foram cumpridos 15 mandados judiciais em cinco municípios cearenses: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio, além da capital federal. Nova Russas, administrada por Giordanna Mano (PRD), esposa do deputado, foi a cidade que mais recebeu recursos de emendas destinadas por Júnior Mano. A Polícia Federal, no entanto, não detalhou os alvos nem os montantes sob investigação no município.

Em nota à imprensa, o deputado negou qualquer envolvimento em irregularidades e afirmou que não participa de processos licitatórios. “Tenho plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá”, declarou.

Embora não sejam alvos da operação, os nomes dos deputados federais José Guimarães (PT-CE), Yuri do Paredão (Avante-CE) e do ex-senador e deputado licenciado Eunício Oliveira (MDB-CE) constam em trechos do inquérito encaminhados ao STF. A Polícia Federal não apontou envolvimento direto dos três na investigação em curso.