Fome em Gaza já causou mais de 110 mortes em meio a bloqueios e guerra
Autoridades alertam para desnutrição extrema e acesso limitado à ajuda humanitáriaA crise humanitária na Faixa de Gaza se intensifica a cada dia, com a fome fazendo vítimas em meio ao conflito entre Israel e o grupo Hamas. De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, controlado pelo Hamas, ao menos 10 pessoas morreram de fome nas últimas 24 horas, elevando o total de óbitos relacionados à desnutrição para 111 desde o início da guerra, em outubro de 2023.

A situação alarmante é consequência direta das dificuldades na entrada de ajuda humanitária no território, que permanece sob bloqueios israelenses. As autoridades palestinas relatam que a distribuição de alimentos e suprimentos básicos está praticamente paralisada, o que tem levado até mesmo trabalhadores humanitários a enfrentarem as mesmas filas por comida com o risco de serem alvos durante os bombardeios.
Em meio à escalada da fome, mais de 100 organizações internacionais emitiram alertas sobre uma possível "fome em massa" no enclave palestino, que está cercado e sem acesso regular a água, comida, energia e atendimento médico. A ONU também reforçou os apelos para que a ajuda chegue à população, mas, até agora, a entrada de mantimentos continua severamente limitada.
Além das mortes por desnutrição, o Ministério da Saúde informou que 534 palestinos ficaram feridos em ataques nas últimas 24 horas. O número de vítimas, no entanto, pode ser ainda maior, já que há pessoas sob os escombros e nas ruas, em áreas onde as equipes de resgate não conseguem chegar por conta da insegurança e dos bombardeios contínuos.
Na última terça-feira (22), o ministério palestino acusou o governo de Israel de manter um cerco que "mata de fome a população de Gaza", e afirmou que a fome já não atinge apenas os civis mais vulneráveis, mas também os trabalhadores humanitários que tentam salvar vidas em meio à escassez total de recursos.