Setembro Amarelo: acolhimento e apoio fortalecem a saúde mental dos universitários
Pesquisas recentes apontam que os índices de ansiedade e depressão estão crescendo entre estudantesSetembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo, voltada à conscientização sobre a prevenção ao suicídio e à valorização da vida. O tema ganha relevância especial no ambiente acadêmico, onde jovens enfrentam pressões que vão desde cobranças por desempenho até incertezas sobre o futuro profissional.
De acordo com o psicólogo e coordenador de psicologia da Estácio, Ítalo Silva, a universidade pode desempenhar um papel essencial na promoção da saúde mental. “O ambiente acadêmico pode ser tanto um fator de risco quanto um espaço de proteção. Quando existe acolhimento, escuta ativa e uma rede de apoio entre colegas e professores, o estudante sente que não está sozinho, o que faz toda a diferença”, explica.
Pesquisas recentes apontam que os índices de ansiedade e depressão estão crescendo entre os universitários no Brasil. Situações como sobrecarga de estudos, isolamento social e dificuldades financeiras podem contribuir para o sofrimento psicológico.

Nesse contexto, segundo Ítalo, é importante que professores e colegas estejam atentos aos sinais de alerta. “Mudanças bruscas de comportamento, queda no desempenho acadêmico, isolamento e expressões de desesperança podem ser sinais de que algo não vai bem. Nesses casos, é fundamental oferecer apoio e, sempre que necessário, estimular a busca por ajuda profissional”, orienta.
Outro aspecto central é combater os estigmas em torno da saúde mental. “Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. É preciso naturalizar esse diálogo dentro das universidades e mostrar aos estudantes que procurar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem”, destaca o psicólogo.
Para o especialista, a prevenção passa pelo fortalecimento da empatia no cotidiano. Pequenos gestos, como ouvir sem julgar e oferecer companhia, podem fazer diferença. “Às vezes, um colega disponível para escutar já ajuda a aliviar a dor de quem está em sofrimento. A universidade precisa ser um lugar de trocas, de aprendizado acadêmico, mas também de humanidade”, conclui Ítalo Silva.