Maior assentamento da América Latina receberá 917 títulos de terra em Batalha

O assentamento Macambira, localizado no município de Batalha (PI), está prestes a alcançar um marco histórico: a entrega de 917 títulos definitivos de terra às famílias que vivem e produzem na região. A ação representa a consolidação de um processo de regularização fundiária que começou há mais de quatro décadas, transformando Macambira em símbolo de resistência, organização social e desenvolvimento rural no Piauí.

Foto: Reprodução

Maior assentamento da América Latina receberá 917 títulos de terra em Batalha

Com uma área de 17.016 hectares, o Macambira é considerado um dos maiores assentamentos da América Latina. Surgido em 1929, o local só passou a ter uma estruturação oficial a partir de 1983, quando a terra, que pertencia à Diocese de Parnaíba, foi desapropriada. No ano seguinte, 749 famílias receberam os primeiros títulos. A partir daí, a história do assentamento foi marcada por avanços importantes: projetos comunitários, acesso à eletrificação rural, abastecimento de água, educação básica e ensino médio, além de linhas de crédito agrícola como o PROCERA e o PRONAF-A.

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O território é dividido em cinco setores, Canta Galo, Caraíbas, Currais, Sussuarana e Xique-Xique, e abriga cerca de 3 mil famílias. As conquistas da comunidade foram sendo ampliadas com o passar dos anos. Em 1995, por exemplo, foram entregues 40 Contratos de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRUs). Já em setembro de 2024, o Instituto de Terras do Piauí (Interpi) entregou cerca de 600 novos títulos, marcando um dos maiores avanços no processo de regularização fundiária até então.

Agora, em 2025, com a previsão da entrega de mais 917 documentos, o assentamento caminha para a conclusão total da titulação, o que garantirá segurança jurídica plena às famílias que construíram suas vidas no campo. Segundo o Interpi, essa etapa final não é apenas um ato legal, mas representa também a valorização do direito à terra, da autonomia rural e da justiça social.

A expectativa é que a titulação integral fortaleça ainda mais a agricultura familiar local e reafirme o compromisso do Estado com uma reforma agrária efetiva, inclusiva e voltada para o desenvolvimento sustentável.

A entrega desses títulos não apenas reconhece o direito histórico dessas famílias, mas também projeta o Macambira como um modelo nacional de regularização fundiária e organização coletiva no campo.