Campanha destaca visibilidade de mulheres com deficiência em casos de violência
Campanha busca transformar dados em proteção efetiva para mulheres com deficiênciaA Secretaria das Mulheres do Piauí (Sempi) e o Movimento Brasileiro de Mulheres Cegas e com Baixa Visão (MBMC) lançaram, nesta segunda-feira (18/08), a campanha “Nomear é proteger: deficiência também é dado de proteção”. O evento acontecerá das 9h às 11h30, no auditório da Fiocruz, em Teresina. O objetivo da campanha é conscientizar a sociedade, agentes públicos e órgãos de proteção sobre a importância de registrar a condição de deficiência da vítima em casos de violência, um requisito previsto no artigo 12 da Lei Maria da Penha.

Denise Santos, representante do Movimento Brasileiro de Mulheres Cegas e com Baixa Visão, ressalta que a campanha é essencial para avançar nas políticas públicas. “Estamos trazendo essa iniciativa justamente para garantir que a condição de deficiência seja registrada quando a mulher vítima de violência tiver uma deficiência. Só a partir desses dados é que poderemos construir políticas que realmente abracem a causa da mulher com deficiência e tenham uma atuação efetiva no enfrentamento à violência”, explica.

Priscilla Selares, palestrante principal do evento, enfatiza que é urgente enfrentar a falta de visibilidade. “As mulheres com deficiência ainda são invisibilizadas, tanto nas políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero quanto nas políticas em geral. Precisamos de espaços como esse para romper com essa invisibilidade, porque só reconhecendo a diversidade é que poderemos garantir políticas públicas que atendam de fato a todas as pessoas”, ressalta.

Carla Cléia, ativista e ex-presidente da Associação de Pessoas com Deficiência Física de Teresina, destaca que a iniciativa é fundamental para enfrentar a invisibilidade. “A invisibilidade da mulher com deficiência em todas as áreas é muito presente, especialmente na violência doméstica, onde vemos uma crescente. Tivemos aqui dados do Anuário de Violência Contra a Mulher e informações valiosas que podemos colocar em prática. É preciso garantir respeito, inclusão e participação plena na sociedade”, afirma.

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