Acompanhe a audiência de custódia que ouvirá a vereadora Tatiana Medeiros
Ela foi presa pela Polícia Federal após investigações que apuram sua ligação com facçãoA vereadora Tatiana Medeiros teve a prisão preventiva mantida após audiência de custódia realizada na manhã desta sexta-feira (04/04), no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI). Ela foi presa pela Polícia Federal durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, que investiga crimes eleitorais, compra de votos com recursos de facção criminosa e envolvimento direto com a organização.
Tatiana chegou ao TRE por volta das 8h30, carregando uma bíblia nas mãos. A produção de imagens durante a audiência foi proibida por ordem judicial. Apesar do pedido da defesa pela revogação da prisão e do Ministério Público Federal ter solicitado vistas ao processo, o juiz Luís Henrique Moreira Rêgo decidiu pela manutenção da prisão preventiva, autorizando, no entanto, a transferência da vereadora para uma sala de Estado Maior, no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar (QCG).

Tatiana também será ouvida em audiência de custódia presidida pelo juiz do caso, o magistrado Luís Henrique Moreira Rego. O advogado Leonardo Carvalho Queiroz, presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí, comentou sobre o caso.
“Hoje irá acontecer a audiência de custódia que tem por finalidade tão somente avaliar a legalidade no cumprimento do mandado de prisão. Vamos acompanhar a apreciação da audiência para ver qual será o desfecho tomado pelo poder judiciário. Qual o entendimento da defesa? Nós estamos aqui enquanto comissão de prerrogativas da OAB Piauí apenas para dar o suporte institucional na defesa dos interesses da advocacia. A vereadora é também advogada e nessa condição iremos prestigiá-la dando suporte institucional na defesa de suas prerrogativas. Então o objetivo da OAB é garantir que ela seja julgada e solta se for possível ainda hoje? A Comissão de Prerrogativas tem como missão institucional a defesa das prerrogativas da advogada. Caso seja mantida sua custódia cautelar, iremos pleitear que a mesma fique custodiada em uma sala de estado maior conforme preceitua nosso estatuto da OAB”, disse.
As investigações, que se intensificaram nesta nova fase da operação, também levaram à prisão do namorado da parlamentar, Alandilson Cardoso Passos, detido em Minas Gerais. Além das prisões, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados à vereadora e pessoas próximas.

Entre os bens apreendidos estão o veículo da mãe da vereadora, Odélia Medeiros, além de aparelhos eletrônicos e documentos no Instituto Vamos Juntos, presidido por Tatiana. O local teve suas atividades suspensas pela Justiça. O padrasto da vereadora, Stênio Ferreira, e a secretária Emanuely Pinho foram afastados de suas funções públicas, e Tatiana está proibida de comparecer à Câmara Municipal e ao próprio instituto.
Em nota, a defesa da vereadora nega qualquer prática de crime eleitoral e nega que a parlamentar tenha recebido apoio financeiro de facção criminosa. Os advogados aguardam acesso aos autos para formular a defesa técnica.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí (OAB-PI) também se manifestou, por meio da Comissão de Prerrogativas, afirmando que houve descumprimento do que estabelece a Constituição Federal, uma vez que os mandados de prisão e busca e apreensão não foram acompanhados pela entidade. A OAB classificou a ação como arbitrária e afirmou que o procedimento pode ser anulado judicialmente.