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Piauí gasta R$ 32,7 milhões por ano com manutenção de estradas vicinais, diz CNM

Repasses federais ficam muito abaixo do necessário
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Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revelou a dimensão do desafio enfrentado pelas prefeituras brasileiras na manutenção das estradas vicinais — vias fundamentais para a mobilidade rural e o escoamento da produção agrícola. No Piauí, o cenário não foge à regra: os municípios piauienses desembolsam cerca de R$ 32,7 milhões por ano para manter quase 11 mil quilômetros dessas estradas, com um custo médio de R$ 11,1 mil por quilômetro.

O problema, segundo o estudo, é que os recursos federais destinados a essa finalidade ficam muito aquém da demanda. Em duas décadas, convênios da União destinaram pouco mais de R$ 591 milhões para o Piauí, mas apenas 47% desse valor foi efetivamente liberado.

O levantamento nacional, realizado com 2,6 mil municípios (46% do total do país), aponta que, no Brasil, o gasto anual com manutenção parcial de estradas vicinais chega a R$ 3,6 bilhões, enquanto os repasses federais são de apenas R$ 371 milhões por ano. Em três décadas, foram R$ 11 bilhões enviados, contra uma necessidade que a CNM estima ser muito maior — somente para manutenção integral dos 2 milhões de km mapeados, seriam necessários R$ 20,4 bilhões por ano.

No caso de tratamentos ambientais adequados — que reduzem impactos e prolongam a vida útil das vias —, o custo médio é de R$ 36 mil por quilômetro. Aplicando essa conta ao universo pesquisado, seriam necessários R$ 70,9 bilhões apenas para os municípios que responderam à pesquisa.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, alerta que a falta de investimentos compromete diretamente o desenvolvimento e o atendimento a direitos básicos da população. “Grande parte da malha viária do país é formada por estradas vicinais e a manutenção é de responsabilidade dos Municípios. No entanto, a escassez de recursos impede que as prefeituras cumpram suas obrigações, comprometendo direitos sociais previstos na Constituição e o desenvolvimento local e nacional”, afirmou.

Além do impacto econômico, a CNM aponta que a precariedade das estradas vicinais dificulta o acesso a serviços essenciais, como saúde e educação, e afeta diretamente a competitividade dos produtos agrícolas, sobretudo em estados como o Piauí, que dependem fortemente do transporte terrestre para escoar sua produção.
 

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