‘Não é normal ministro do GSI ter agenda com anotações golpistas’, dispara Moraes
Em julgamento, Moraes critica general do GSI e fala em plano para fraudar eleiçõesO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou duramente, nesta terça-feira (9/09), o conteúdo de anotações encontradas na agenda de um general de quatro estrelas do Exército, à época ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro.

Durante a retomada do julgamento que apura uma suposta tentativa de golpe para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Moraes classificou como “inadmissível” o fato de um alto oficial militar ter produzido registros que, segundo ele, mostram um plano para deslegitimar o processo eleitoral e atacar as instituições democráticas.
“Não é possível achar normal um general do Exército, um general quatro estrelas, ministro do GSI, ter uma agenda com anotações copistas… uma agenda preparando a execução de atos para deslegitimar as eleições, o poder Judiciário e para se perpetuar no poder”, afirmou o ministro.
Segundo Moraes, as anotações encontradas continham tópicos como “fraudes pré-programadas”, “mecanismos utilizados para a realização de fraudes”, “escritório que vende algoritmos”, além de menções diretas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao “roubo de milhões de votos”.
“Desde esse primeiro autoexecutório, já se pretendia a contratação de hackers, que na sequência nós veremos”, disse Moraes, referindo-se à linha investigativa que aponta a tentativa de contratar especialistas em tecnologia para invadir sistemas eleitorais.
A fala do ministro ocorreu no contexto do julgamento de Jair Bolsonaro e de mais sete aliados, acusados de participar de uma articulação golpista em 2022. A investigação aponta que houve uma tentativa de construir uma base narrativa para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, o que culminaria na não aceitação do resultado das urnas e possível ruptura institucional.