Moraes sobre golpe: 'Não é possível normalizar tentativa de matar presidente'
Ministro cita plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ e alerta contra banalização de ataques à democraciaO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras declarações nesta terça-feira (9) durante o julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus, acusados de envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fazendo referência ao chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, Moraes afirmou que não se pode tratar como algo normal ou aceitável a existência de um planejamento para assassinar um presidente eleito democraticamente.
“Se pretendia matar o presidente eleito da República. Não é possível normalizar isso”, afirmou. “O Brasil demorou para consolidar sua democracia, tivemos 20 anos de ditadura. Não é possível banalizar esse retorno a momentos obscuros da nossa história”, completou o ministro.
As falas ocorreram no âmbito da Primeira Turma do STF, que analisa a denúncia da Procuradoria-Geral da República sobre um suposto plano articulado por Bolsonaro e aliados para deslegitimar o processo eleitoral, fomentar instabilidade institucional e, segundo a investigação, até eliminar fisicamente o então presidente eleito.
O julgamento é considerado um marco na responsabilização por atos que atentaram contra a democracia brasileira após as eleições de 2022.