General admite ter idealizado plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes
Ex-secretário de Bolsonaro, Mario Fernandes foi ouvido pelo STF nesta quinta-feira (24)O general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), admitiu nesta quinta-feira (24/07) ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter idealizado o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Durante o interrogatório, Fernandes alegou que o plano não passou de um “pensamento” individual e de um “estudo de situação” que foi digitalizado para fins de análise pessoal. “Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, declarou.
Apesar da justificativa, a Polícia Federal apurou que ao menos três cópias do documento foram impressas no Palácio do Planalto, pouco antes de Fernandes entrar no Palácio da Alvorada, onde estavam Bolsonaro e o então ajudante de ordens Mauro Cid. O general afirma que imprimiu o documento apenas para facilitar a leitura e que teria rasgado o material logo em seguida, negando qualquer apresentação do conteúdo ao ex-presidente.
Indagado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as múltiplas impressões e uma reimpressão posterior, Fernandes disse não se lembrar e atribuiu a repetição a uma possível “configuração da impressora”. Ele ainda alegou ter feito uma nova impressão devido a uma atualização no conteúdo após uma “nova ideia”.
Segundo a delação de Mauro Cid, Fernandes era um dos militares mais entusiastas da ideia de mobilizar as Forças Armadas para impedir a posse de Lula. A fase de instrução no processo que investiga o núcleo militar acusado de planejar um golpe de Estado em 2022 está na reta final.
O plano “Punhal Verde e Amarelo” foi revelado em novembro de 2024, durante operação da PF. A investigação aponta que o grupo, composto majoritariamente por militares das Forças Especiais do Exército (conhecidos como “kids pretos”), planejava os assassinatos para 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula.
O método previsto era o envenenamento, e também foram localizados armamentos pesados como fuzis, metralhadoras e até lança-granadas. O ministro Alexandre de Moraes era monitorado constantemente pelos investigados.
Com informações de CNN Brasil