Defesa de motorista acusado de matar três em Teresina solicita soltura

A defesa de Raimundo Nonato da Conceição Morais, de 42 anos, mestre de obras indiciado por homicídio qualificado após um acidente que resultou em três mortes em Teresina, ingressou na Justiça com pedido de revogação da prisão preventiva. O caso ocorreu no dia 1º de agosto, no cruzamento das avenidas Industrial Gil Martins e Barão de Castelo Branco, na zona Sul da capital.

Argumentos da defesa

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O requerimento, protocolado em 8 de agosto e assinado pelos advogados Juliana Moreira, Vanessa Conceição e Jeremias da Conceição Carvalho, sustenta que a prisão é ilegal, uma vez que, segundo a defesa, o acidente teria sido cometido de forma culposa e não dolosa. O pedido cita o artigo 313 do Código de Processo Penal, que limita a prisão preventiva a crimes dolosos com pena superior a quatro anos.

Os advogados afirmam ainda que Raimundo possui “condições pessoais favoráveis”: é réu primário, tem residência fixa, trabalho formal e é responsável por quatro filhos, incluindo uma criança de apenas dois anos. Também foi informado que ele sofre de pré-diabetes e faz uso de medicação contínua.

Além disso, a defesa comparou o caso a outras decisões recentes da Justiça, como a do juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, liberado após pagar fiança de R$ 40 mil depois de atropelar uma ciclista em São Paulo, e a de João Henrique Soares Leite Bonfim, acusado de provocar a morte de um casal em Teresina e que também responde em liberdade.

Foto: Conecta Piauí

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“Não persistem quaisquer dos motivos para manter a custódia do acusado. Pelo contrário, a prisão expõe um cidadão sem antecedentes ao convívio com pessoas de alta periculosidade, podendo gerar prejuízos ainda maiores”, argumentam os advogados, que pedem, em caráter alternativo, a substituição da prisão por medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP.

O acidente

De acordo com o inquérito policial, Raimundo conduzia uma Mitsubishi Pajero quando avançou o sinal vermelho e colidiu contra um veículo Hyundai HB20 ocupado por seis pessoas da mesma família. Três delas morreram no local: Wesley Moura Sousa, Débora Mavy de Abreu Barros e Jardyel de Abreu Pessoa. Outros três passageiros sobreviveram.

Após a batida, o motorista fugiu a pé sem prestar socorro e foi localizado dias depois em Caxias (MA), na casa de um parente. Segundo a investigação, ele havia mudado a cor do cabelo para dificultar o reconhecimento. Testemunhas relataram que Raimundo teria ingerido cerca de um litro de uísque e meio litro de cachaça antes de dirigir.

Próximos passos

O pedido de liberdade agora está sob análise da Justiça, que decidirá se Raimundo Nonato continuará preso preventivamente ou se poderá responder ao processo em liberdade.