Indiciados por planejar morte de delegado do DRACO iriam 'tocar fogo em Teresina'
As investigações revelaram que o grupo era comandado de dentro do sistema prisional por 'Reginho'
Pedro Melo
Gabriel Bonfim
Seis integrantes de uma célula do Comando Vermelho (CV) foram indiciados pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) da Polícia Civil do Piauí. O grupo tem envolvimento em organização criminosa e planejamento de atentados contra autoridades da segurança pública, entre elas o delegado Charles Pessoa.
O inquérito foi conduzido pelo delegado Agenor Ferreira Lima e enviado ao Poder Judiciário na última terça-feira (16). Os indiciados são: Francisco Francilon de Oliveira Sousa, Irisdalva Maria de Oliveira Sousa, Antônio Francisco Gomes dos Santos, Filipe da Silva Moraes, Iago Pereira dos Santos e Fernando Ribeiro Araújo.
As investigações revelaram que o grupo era comandado de dentro do sistema prisional por Reginaldo José de Oliveira, conhecido como “Reginho”, e Antônio de Deus Pereira Neto, apelidado de “Fantasmão”. A dupla é apontada como responsável por coordenar ações criminosas a partir de presídios piauienses.
Mensagens extraídas de um celular apreendido durante a operação mostraram conversas em um grupo de WhatsApp chamado “Prata 925”, onde eram discutidas encomendas de drogas, ameaças contra agentes de segurança e monitoramento de integrantes de facções rivais. Em uma das trocas de mensagens, os suspeitos sugerem represálias em caso de mortes de comparsas, citando que “Teresina ia parar”.
“Essa ação foi desencadeada pela facção e circulou em grupos, determinando que qualquer agente de segurança pública que fosse encontrado deveria ser morto pelos criminosos que a integram”, relatou o delegado Júnior Castro.
A ameaça teria sido motivada pela morte de um integrante do grupo criminoso e culminou, segundo a investigação, na execução do cabo Elenilton Araújo Galvão, do 8º Batalhão da PM. O delegado Charles Pessoa, que liderava ações contra o Comando Vermelho, também foi citado como alvo de um plano de assassinato por parte da organização.
“A delegacia de homicídio foi encarregada dessa investigação, continua ainda a apurar pra verificar se houve alguma ligação ou não com esse fato. Claro que naquele momento houve uma ação mais enérgica e rápida da Secretaria de Segurança Pública, até pra combater qualquer possibilidade de novas mortes ou novos atentados contra outros agentes”, abordou.
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