IBGE: fake news sobre visita do pesquisador prejudicam coleta de dados
Instituto diz também que o problema aumenta os custos do levantamentoO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez um pedido nesta sexta-feira (04/04) para que a população não acredite em fake news que distorcem informações sobre a rotina de visitas domiciliares de pesquisadores do instituto. O problema tem causado dificuldades na coleta de informações, além de onerar os custos financeiros do levantamento.

O apelo foi durante apresentação de um balanço parcial do andamento da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), estudo que serve de base para pesquisas com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apura a inflação oficial do país. O evento foi na Casa Brasil IBGE, no centro do Rio de Janeiro, espaço aberto à população, com exposições e biblioteca.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, lamentou o fato de fake news, muitas delas amplificadas por redes sociais, afirmarem que visitas de pesquisadores do IBGE aos fins de semana seriam tentativas de fraudes.
Ela explica que o IBGE se adapta à rotina dos moradores, que costumam estar fora de casa durante o horário comercial. Por isso, garante ela, pode haver visitas em horários alternativos.
"O pesquisador tem que fazer tentativas no início da noite, fim de semana e até feriado para conseguir fazer as entrevistas", disse.
Custos financeiros
O gerente da POF, Leonardo Santos de Oliveira, destacou que os pesquisadores têm experiência em reverter recusas de atendimento, no entanto, as resistências geram dificuldades, inclusive financeiras.
"Isso encarece a pesquisa, pois você passa a ter que ir lá mais vezes e torna o trabalho logístico mais difícil", constatou. “Eles [moradores] ligam até para a delegacia local, já teve relato desse estilo”, afirmou Oliveira.
O instituto de pesquisas criou o site Respondendo ao IBGE , no qual o morador pode confirmar a identidade dos pesquisadores. A página permite comprovar a autenticidade dos agentes por meio do nome ou do número do RG, do CPF ou da matrícula, expostos no crachá do pesquisador.